sexta-feira, 5 de março de 2010

“Vamos votar nulo”

Há algumas eleições meu voto vem sendo "nulo" para vereadores, deputados e senadores, mantendo meu voto para cargos executivos. Faço isso porque não percebo nenhuma mudança no perfil dos políticos que pleiteiam esses cargos. Aos cargos executivos, sempre dei meu voto de confiança e, sempre me decepcionei.
Na penúltima eleição, em que votei no atual presidente, se foram as últimas gotas de confiança. A decepção que tive foi a "maior das maiores" da minha vida de eleitor.
Pois bem, nunca havia propagado essa posição. Entretanto, acredito que o meu voto "nulo" no passado, para vereadores, deputados e senadores, representaram votos de "PROTESTO" contra essa corja de bandidos, disfarçados de mocinhos.
Vou revelar meu voto nesta próxima eleição, pois continuo acreditando que não haverá nenhuma mudança, especialmente, se aquela que carrega na sua ficha corrida, crimes não revelados aos seus eleitores (no tempo em que fora guerrilheira), ganhar a próxima eleição para Presidente, movida pelos esforços, nada éticos, do seu maior propagandista, que, literalmente, está comprando os votos para ela, dos seus correligionários e oposicionistas e, principalmente, dos seus eleitores, destes últimos, a preços muito mais caros do que os antigos coronéis da política pagavam para conquistar seus votos.
Lendo o texto abaixo, extraído do Blog Espaço Aberto, do meu amigo paraense, Paulo Bemerguy, percebo que não estou só, nas minhas avaliações sobre os atuais políticos, que pleiteiam suas cadeiras (luxuosas, diga de passagem), nos Parlamentos e no Palácio da Alvorada. Por isso, vou sim votar "nulo" e recomendo esse voto de protesto, para ver se conseguimos reverter essa situação em que nos encontramos atualmente, bem descrita pelo autor anônimo, que escreveu o texto que reproduzo abaixo:

Vamos votar nulo.
A democracia não se restringe a um texto pronto e acabado a ser imposto (forma). A democracia se constrói no contexto em que se pretende realizá-la. Portanto, a democracia, ao mesmo tempo em que influi sobre a realidadde enquanto valor fundante do mundo democrático contemporâneo, dessa mesma realidade sofre influxos.
Noutras palavras, a construção e a consolidação dos valores democráticos numa dada sociedade é resultado de seu texto (valor) e do seu contexto (social, econômico, político e cultural).
De mais a mais, a democracia não se restringe ao ato de escolher ou não de um candidato para exercer um mandado. Se assim, fosse seria como passar um cheque em branco e pronto. Em que pese o fato de que essa sensação seja muito forte no eleitor atualmente. Resta ao eleitor, com seu voto, mudar esse cenário e sensação.
De modo que o eleitor faria um grande favor para o aperfeiçoamento da democracia se, diante de candidatos (os mesmos dos mesmos, os filhos dos mesmos, com os mesmos viços e vícios), não votasse em nenhum deles. Pois a insatisfação com os políticos e com a política é crescente na consciência social.
Se isso acontecer, a qualidade dos candidatos tenderá a melhorar e diminuirá a frustração do eleitor. O único momento que o eleitor tem de reagir de modo peremptório aos maus políticos é no ato de votar, ainda que tenha outros meios constitucionalmente para exercer no curso de um mandato, mas via de regra não o faz. E não me venham mais com esse papo furado de legitimidade, que tem servido muito bem e cada vez mais aos maus políticos, e pouco para a qualidade da representatividade democrática.